O Pedro em três dias de mota foi parado duas vezes. Duas vezes quatrocentas rupias de multa. Duas vezes a corda na garganta. Duas vezes a funesta ameaça de lhe ficarem com a mota.
Passei quase duas semanas com a minha mota e aguardo a minha vez: que me digam que tenho que ter carta internacional. Que me levem preso. Que.
Já há apostas sobre a forma de como me lixo. Já há quem faça contas sobre se, tudo junto, o valor das multas me fica mais caro ou mais barato do que a carta internacional.
Começo a ter medo de pegar na mota. Começo a andar de mangas para baixo, esquecendo o calor, tentando me parecer mais com os costumes locais. Começo a evitar ruas e, constantemente, a pensar: é agora. Até que alguém me esclareceu porque ainda não fui apanhado: «tens é cara de puto riquito que vem de Deli!» Só me mudam as terras, o estigma perdura.
Passei quase duas semanas com a minha mota e aguardo a minha vez: que me digam que tenho que ter carta internacional. Que me levem preso. Que.
Já há apostas sobre a forma de como me lixo. Já há quem faça contas sobre se, tudo junto, o valor das multas me fica mais caro ou mais barato do que a carta internacional.
Começo a ter medo de pegar na mota. Começo a andar de mangas para baixo, esquecendo o calor, tentando me parecer mais com os costumes locais. Começo a evitar ruas e, constantemente, a pensar: é agora. Até que alguém me esclareceu porque ainda não fui apanhado: «tens é cara de puto riquito que vem de Deli!» Só me mudam as terras, o estigma perdura.